Sem título

Hoje pelo final da tarde. Beja, Setembro 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Deixei de ter palavras, ou estão um tanto encravadas, não sei. Há tempos tinha sempre tanta coisa a dizer a partir do que nos mostravas que tinha que guardar parte dos textos e das coisas que me vinham em rajadas de um modo quase selvagem para não ser excessiva e mesmo assim... Não sei como explicar isto. Agora mantenho o meu sincero apreço pela tua arte, claro que me toca, mas creio que me sucedeu algo semelhante à centopeia que era feliz, muito feliz, até que o sapo brincalhão lhe perguntou: «Diz-me cá, peço-te, porque ordem moves as tuas patas?» Isto preocupou-a tanto e tanto, que deixou de saber como andar e acabou por ficar imobilizada no seu buraco.

De qualquer modo, esta fotografia está interessante. O enquadramento, o pormenor, o acréscimo da sensação de espaço ou de lonjura ao não ser enquadrada em linha recta…Depois é aquele arrepio, aquela sensação de viagem…Deixa lá, estou um tanto bloqueada e não faço nem digo nada para "Inglês ver", nem dou palmadinhas nos ombros a não ser que verdadeiramente o sinta, nem que tenha que morrer pobre e sozinha. Mas aprecio mesmo estes teus últimos rasgos (tal como a seu modo, aprecio as séries). Além disso são frescos:"Hoje", "dia 18"…Há um lugar para tudo, mas parece-me que não estás a estagnar.

Bem haja por partilhares num espaço aos olhos do mundo o que fazes. Gosto mesmo de ver, acredita. Há quase uma sensação de surpresa, de expectativa. Saboreio todos os pormenores: as palavras que jogas com as imagens, o titulo ou a ausência de título, a grandeza muda, o breu e a alvura…e por vezes só consigo falar como quem beija mas é o que há de mais natural em mim de momento (creio que ninguém se irá importar, espero). Mas tratar-te assim, é tratar assim as "tuas" imagens, o único que de ti tenho noticias. No fim de contas, sinto uma espécie de felicidade ao ver-te acertar e olha que o rasgo, o dom, "el Duende" não se compram com o tais três mil ou quatro mil euros da Cannon EOS 5D MXLL. Mas a esta última parte não dês muita importância. Talvez ainda tenha na cabeça a história dos Sapatinhos Vermelhos que li este fim de semana e da velha senhora da carruagem dourada que resgatou a menina pobre e feliz com os seus sapatinhos vermelhos feito por ela em nome do bem estar, a comodidade e da compostura… etc. etc e depois… etc, etc mas o final foi mesmo triste…etc, etc ...Afinal já estou a falar de novo demais mas há sempre um conflito.