Comfortably numb


"The child is grown, the dream is gone.
I have become comfortably numb."

6 comentários:

Anónimo disse...

Quando eu e o meu irmão éramos crianças com dois anos de diferença, ouvíamos no rádio uma canção tão triste de uma menina que tinha um cancro e se estava a despedir dos pais porque ia morrer! Eu e o meu irmão não conseguíamos conter as lágrimas. Aquilo dava-me um mau estar de fundo para o dia quase todo. Tive uma sensação semelhante agora, ao deparar-me com esta imagem/ citação e até com a que lhe vem a seguir. Há coisas tristes que têm uma espécie de redenção. Coisas tristes, nostálgicas, mas tremendamente belas, com profundidade mas com asas maduras e com o potencial das metamorfoses. Há outras tristes e pesadas. Doem. Parece que caiem mesmo. No entanto, a fotografia parece muito bem!

Já não é Primavera e até parece que o Inverno não trás a promessa. Será que o ciclo das estações ainda gira?

Anónimo disse...

" Vivemos como num estado de transmigração para a nossa fotografia"

Anónimo disse...

Sabes o que te digo:

Gostamos da tuas fotografias e desejamos-te muita sorte neste empreendimento.Se és afinal um aprendiz ainda melhor, sinal que estás aberto como o céu e contens ainda muito espaço. Mais do resto, nada é definitivo.Morremos para umas coisa para nascermos para outras, dizemos adeus a uns e apertamos a mesma mão a outros que acabámos de conhecer, seguimos atentos o curso das lágrimas e por vezes elas explodem em alvoradas.Oxalá que não morras e não nos deixes nesta igreja fria e nesta frase depressiva que não gostámos nada. Mas mesmo que nos deixes, ficaremos com a recordação do melhor de ti. Utilizaremos a igreja e o preto branco da vida para descançar e arrefecer da euforia do Verão, das festas e das paixões, e recordaremos que de facto a Ektrachome tem muita magia mais que alguma filosofia e que combina bem com Maria.

Que "el duende" não falte nessa dança entre o cavalo, o Touro e o homem.

Obrigado.
Saudades.

Anónimo disse...

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?

( Cecília Meireles, Retrato)

Anónimo disse...

Esta fotografia está interessante. Reparei que com a mesma, substituiu a que tinha anteriormente no topo do blogue. Isto nem parece ter sido com a digital.Os meus olhos vêem-na como uma boa imagem.bom, mas não dá agora para estar aqui com mais tretas.

Há qualquer coisa que me fascina nos auto retratos!

Anónimo disse...

3
Num dia de Outono, uma das mais belas folhas, desprendeu-se da árvore, de um modo tão natural como o movimento discreto de uma inspiração, para se entregar nas asas do vento, deixando-se ir incondicionalmente entregue. Correu mundo num bailado, numa extraordinária leveza, acabou depois macerada pelos pés numa calçada quando o vento deixara de soprar, perdendo com a chegada das chuvas agrestes, toda a leveza. Tornou-se por fim parte do humo que ajudou o nascimento de uma Primavera, perdendo assim visibilidade, vida singular, relação, mas todos os momentos fizeram parte da sua performance. Enquanto isto, o rio continua a fluir para o mar e a rapariga por fim adormece, já sem vontade de acordar.

Já não é Primavera.____________________
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