Fazes-me chorar…Voltei a ouvir Nick Cave. Até parece que me adivinhas. Pedia-te um retrato sem te pedir e tu vens com essa beleza um tanto negra, a sangrar a tal luz que me faz perseguir-te numa descrição em bicos dos pés e a uma enorme distancia, apesar da proximidade, ou de uma qualquer miragem de proximidade. Um retrato com uma riqueza de pormenores onde até parecia ficar bem ( um pouco inspirada no post anterior), o titulo In the Shadow of the Spring. Há mais coisas escritas a partir de ti do que aquelas que te mostro e três imagens, mas eu não te quero massar nem abrir o @ que é aquela porta da casa da floresta que não há, onde eu ando no intervalo dos meus dias, onde efectivamente pode estar alguém e não pretendo incomodar nem agredir, embora não goste muito de me saber filmada apesar de me ter tornado invisível depois daquele elixir explosivo que bebi e me apagou até mesmo o nome, mas não consigo de todo calar-me. Pensar muito em estar assim, a ser vista, corta-me, porque não gosto de me mostrar. Virá o diga em que me irei embora. Por enquanto volto a abrir esta porta do mistério sem o @ mas onde há câmaras de vídeo ( não quero nem pensar), continuando em bicos dos pés e o olhar expectante que anda com o coração trémulo Deves saber que este retrato arranha a minha pele vencível até às lágrimas. E olha que não estou a fingir lágrimas. Porque haveria de o fazer? Há alguma coisa a obter ou a perder, no fim de contas? Ou o espaço precisa de algumas palavras que o ocupem, por acaso? Ou eu tenho que ser simpática para obter algum benefício? Então é tudo sentido, apesar da ficção à mistura.
Notei aqui outro aspecto com esta fotografia, mas falta-me talvez mais um dado, por isso vai passar para a parte que tu não vês.Pode ser que entretanto o obetanha com outras imagens tuas. Creio que ainda vou perder( perder não será o termo certo visto que esta a ser um prazer) algum tempo contigo.És qualquer coisa que me move. Sabes que a fotografia é terrivelmente enganadora e igualmente reveladora, daí ser tão parcial dizer que ela é cópia do "real", espelhismo, como ela não é o real.É esse o mistério, o paradoxo da imagem fotográfica e o que me prende. Como diria Hegel," O espírito só se mantém desperto, só se sente vivamente solicitado, em presença dos objectos, quando estes encerram algo de misterioso, algo que até então não tenha sido revelado".
2 comentários:
Fazes-me chorar…Voltei a ouvir Nick Cave. Até parece que me adivinhas. Pedia-te um retrato sem te pedir e tu vens com essa beleza um tanto negra, a sangrar a tal luz que me faz perseguir-te numa descrição em bicos dos pés e a uma enorme distancia, apesar da proximidade, ou de uma qualquer miragem de proximidade. Um retrato com uma riqueza de pormenores onde até parecia ficar bem ( um pouco inspirada no post anterior), o titulo In the Shadow of the Spring. Há mais coisas escritas a partir de ti do que aquelas que te mostro e três imagens, mas eu não te quero massar nem abrir o @ que é aquela porta da casa da floresta que não há, onde eu ando no intervalo dos meus dias, onde efectivamente pode estar alguém e não pretendo incomodar nem agredir, embora não goste muito de me saber filmada apesar de me ter tornado invisível depois daquele elixir explosivo que bebi e me apagou até mesmo o nome, mas não consigo de todo calar-me. Pensar muito em estar assim, a ser vista, corta-me, porque não gosto de me mostrar. Virá o diga em que me irei embora. Por enquanto volto a abrir esta porta do mistério sem o @ mas onde há câmaras de vídeo ( não quero nem pensar), continuando em bicos dos pés e o olhar expectante que anda com o coração trémulo Deves saber que este retrato arranha a minha pele vencível até às lágrimas. E olha que não estou a fingir lágrimas. Porque haveria de o fazer? Há alguma coisa a obter ou a perder, no fim de contas? Ou o espaço precisa de algumas palavras que o ocupem, por acaso? Ou eu tenho que ser simpática para obter algum benefício? Então é tudo sentido, apesar da ficção à mistura.
Impressionas-me.
S.
Notei aqui outro aspecto com esta fotografia, mas falta-me talvez mais um dado, por isso vai passar para a parte que tu não vês.Pode ser que entretanto o obetanha com outras imagens tuas. Creio que ainda vou perder( perder não será o termo certo visto que esta a ser um prazer) algum tempo contigo.És qualquer coisa que me move. Sabes que a fotografia é terrivelmente enganadora e igualmente reveladora, daí ser tão parcial dizer que ela é cópia do "real", espelhismo, como ela não é o real.É esse o mistério, o paradoxo da imagem fotográfica e o que me prende. Como diria Hegel," O espírito só se mantém desperto, só se sente vivamente solicitado, em presença dos objectos, quando estes encerram algo de misterioso, algo que até então não tenha sido revelado".
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