Não sei meus filhos que mundo será o vosso



Faz por estes dias um ano, andava eu cheio de entusiasmos com a minha primeira "grande" exposição. Convidado e patrocinado pela EPSON, foi uma experiência que cedo não esquecerei.

Nesse dia, soube muito mais acerca de mim e acerca dos meus amigos. Aqui fica o texto de apresentação deste projecto escrito pelo Jorge Viegas.


‘’NÃO SEI, MEUS FILHOS, QUE MUNDO SERÁ O VOSSO’’

Na “carta” a seus filhos, Jorge de Sena, lançava a dúvida e a interrogação quanto ao futuro destes. Para Sena, o mote foram os fuzilamentos ocorridos em Espanha, eternizados por Goya e representavam a mais pura aniquilação do direito à liberdade, da condição humana e no limite à “honra de estar vivo”. Trata-se sem dúvida de um manifesto perfeitamente actual tendo em consideração os inúmeros actos contra natura, que a humanidade insiste em praticar, independentemente do método e forma.

O texto de Sena é, ainda assim e sobretudo, um hino à esperança, à crença ao amor pelos filhos “é possível, porque tudo é possível, que ele seja aquele que eu desejo para vós” é também um repto à responsabilização de cada um no processo de herança e transmissão do mundo em que vivemos ’’…e por isso, o mesmo mundo que criemos nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa que não é nossa…’’.

Paulo Carvalho (Seia, 1972) acompanha a inquietude de Jorge de Sena e une uma vez mais neste projecto a escrita e as imagens que recolhe cada dia.

As obras seleccionadas funcionam por si só e individualmente como testemunhos/representantes de dois eixos antagónicos que convivem no mesmo tempo e não raras vezes no mesmo espaço: Luz e Sombra, Presença e Ausência, Vida e Morte

O recurso ao díptico, acentua ainda mais esse interessante diálogo de opostos por vezes irónico e provocatório como se de uma competição se tratasse: Belo vs Apocalíptico.

As imagens impressas digitalmente com tecnologia Epson UltraChrome K3 e em papel Epson Fine Art, organizam-se explorando ora a cor, ora a forma, ora uma subtil ou evidente contradição ou uma estranha cumplicidade.
Os céus que nos mostra, ora reluzentes e abertos ora intimidadores, revelam a sua tensão com os tempos e as incertezas que o possuem.

1 comentário:

Anónimo disse...

(.../)

S.